Quais são os princípios básicos da Umbanda?

Raphael PH. Alves

7/20/20253 min ler

Para entender a Umbanda de verdade, é legal a gente olhar para os pilares que sustentam essa fé. Não é nada complicado, e tudo se conecta de uma forma bem bonita e lógica.

1. Um Deus Único e os Orixás como Suas Qualidades

Primeiro de tudo, a Umbanda é uma religião monoteísta. Isso quer dizer que a gente acredita em um único Deus, o Criador de tudo, que chamamos mais comumente de Olorum, mas que também pode ser conhecido como Zambi ou Tupã.

Aí você pode perguntar: "E os Orixás?". Na Umbanda, os Orixás não são deuses de um panteão, mas sim manifestações, qualidades ou "tronos" desse Deus único. Pensa neles como as diferentes facetas de Deus que atuam na natureza e na nossa vida. Por exemplo, Iemanjá representa a geração e a maternidade, enquanto Xangô representa a justiça divina. Cultuar os Orixás é uma forma de se conectar com essas forças e qualidades divinas, mas sempre sabendo que todos eles são emanações de um único Criador.

2. A Caridade como Missão Central

Este é talvez o princípio mais famoso e importante da Umbanda. A frase dita pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas na fundação da religião resume tudo: "A Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade". Isso significa que todo o trabalho espiritual realizado em um terreiro — as consultas, os passes, as orientações — deve ser feito de graça, por amor e para ajudar quem precisa.

Esse princípio vai além e se desdobra em outras ideias fundamentais:

  • Acolhimento Universal: A Umbanda nasceu para acolher a todos, sem distinção de classe, cor ou crença. Foi fundada justamente para dar voz aos espíritos que eram excluídos em outros lugares, como os Caboclos e Pretos-Velhos. A lei é clara: "Com os espíritos mais evoluídos aprenderemos. Aos mais atrasados ensinaremos. E a nenhum renegaremos".

  • O Bem Acima de Tudo: A prática integral do BEM é um pilar da fé. Por isso, na Umbanda não se fazem trabalhos para prejudicar os outros, amarrações amorosas ou qualquer tipo de magia negativa.

3. A Busca pela Evolução: Reforma Íntima e Lei de Causa e Efeito

A Umbanda não é só sobre pedir e receber ajuda; é um caminho de evolução pessoal. Dois conceitos são chave aqui:

  • Reforma Íntima: É a ideia de que cada um de nós tem a responsabilidade de se melhorar constantemente. É uma luta diária para aprimorar os pensamentos, sentimentos e atitudes, buscando a evolução moral e intelectual. Os guias espirituais nos orientam, mas o trabalho de transformação é nosso.

  • Lei de Causa e Efeito: Conhecida também como karma, esse princípio ensina que toda ação gera uma reação correspondente. Se plantamos o bem, colhemos o bem. Se nossas ações são negativas, enfrentaremos as consequências. As entidades da Umbanda atuam para nos ajudar a reequilibrar nossos débitos e a entender essa lei, mas nunca para "burlá-la".

4. A Conexão com o Mundo Espiritual através da Mediunidade

A mediunidade é a ferramenta que permite a comunicação entre o plano físico e o espiritual. Na Umbanda, ela é vista como uma faculdade natural do ser humano, que pode ser desenvolvida para a prática da caridade. É através da incorporação dos médiuns que os guias espirituais (Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, etc.) podem dar seus passes, orientar e trabalhar. Essa manifestação espiritual é sempre ordenada, organizada em "linhas de trabalho", cada uma ligada a um Orixá e com um campo de atuação específico.

5. O Respeito e a Interação com a Natureza

A Umbanda tem uma ligação muito forte com a natureza, pois é nela que os Orixás manifestam suas forças. Por isso, rituais como as oferendas em matas, cachoeiras ou no mar são comuns. Essas práticas não são para "alimentar o santo", mas sim um ato mágico-religioso para agradecer, pedir ajuda, descarregar energias negativas e firmar uma conexão com as forças divinas e os poderes da natureza.

É importante destacar que, dentro desses princípios, o sacrifício de animais não é um fundamento da Umbanda. A religião utiliza outros elementos em seus rituais, como velas, ervas, flores, frutas e bebidas, cada um com sua função energética e simbólica.

No fundo, o que une todos esses princípios é a busca por uma vida mais equilibrada, justa e conectada com o divino, sempre através do amor, da caridade e do aprendizado constante.

Saravá, Axé, Mojubá!

Raphael PH. Alves

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